Dirigentes dos hospitais filantrópicos do RS decidiram nessa sexta-feira aceitar a proposta feita pelo governo do Estado para viabilizar a continuidade do atendimento. Após uma assembleia realizada em Porto Alegre, os representantes comunicaram a decisão ao vice-governador Beto Grill. Com isso, a paralisação marcada para o dia 27 está suspensa.
Até fevereiro de 2012, cerca de R$ 150 milhões deverão ser repassados - além da liberação imediata de R$ 70 milhões por meio do Fundo de Apoio e Recuperação dos Hospitais do Estado do RS (Funafir). O pedido inicial das instituições era de que R$ 100 milhões fossem repassados de forma imediata.
Apesar de aceitar a proposta, os representantes dos hospitais pedem ao governo que o repasse de R$ 50 milhões, previsto para janeiro ou fevereiro do próximo ano, seja antecipado para dezembro de 2011. "É fundamental para que possamos enfrentar as despesas de fim de ano", explicou o presidente do Sindicato dos Hospitais Filantrópicos do RS, Júlio Matos. Ainda no mês de setembro deverão ser liberados cerca de R$ 38 milhões.
O déficit dos 239 hospitais filantrópicos em 2010, segundo Matos, foi de R$ 310 milhões. A média de internações, por ano, é de 519 mil - ante 730 mil atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Rio Grande do Sul. "Com esse recurso emergencial vamos ter pelo menos como manter as instituições em funcionamento até o final do ano", afirmou o presidente do sindicato.
Para o presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, Oswaldo Balparda, o próximo passo é debater a revisão do modelo atual para que o desequilíbrio financeiro não seja repetido nos próximos anos. "Conseguimos avançar uma etapa, que é emergencial, mas ao mesmo tempo queremos discutir novos modelos de financiamento", avaliou. A ideia é criar um grupo de trabalho para discutir o problema. "Não queremos continuar trabalhando com os mesmos movimentos visando recursos emergenciais. O que precisamos é de uma solução definitiva", afirmou Matos.
O dirigente ressaltou, também, a necessidade de que seja feita uma análise dos contratos de cada instituição para que os hospitais cheguem a um equilíbrio financeiro e econômico.
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